terça-feira, 2 de outubro de 2007

Texto - A Zona de Desenvolvimento Proximal

DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DOS PNEEs.
Professora: Marlene Soares.


A Zona de Desenvolvimento Proximal.


Vygotsky considerou que processos psicológicos mais elevados têm uma origem cultural. Com o objetivo de desenvolver este princípio ele elaborou uma teoria de como o indivíduo em desenvolvimento adquire tais processos a partir de sua cultura.

Partindo de uma revisão crítica de algumas das teorias evolutivas mais relevantes da época Thorndike, Piaget, Kofka, Vygotsky estabeleceu um caminho alternativo aos postulados por estes autores, colocando que, o processo evolutivo não coincide com a aprendizagem; em vez disso ele segue a aprendizagem. (VYGOTSKY, 1984, apud MOLL, 1996, p. 75)

Vygotsky estabeleceu a interação entre aprendizado e desenvolvimento o que significou um grande ganho à Educação.

[ . . . ] aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento, que de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. (VYGOTSKY, 1984, p. 101)

O mesmo autor considerou que todas as teorias psicológicas do ensino não satisfaziam a compreensão da relação entre aprendizado e desenvolvimento cognitivo o qual progride desde o nascimento até o fim da adolescência através da internalização e capacidades progressivas dentro da ZDP. A seu ver a solução desse problema deveria ser vista sob dois aspectos: geral e particular. Primeiro seria necessário considerar que a aprendizagem não começa na escola, porém vem desde o nascimento da criança. Logo, aprendizado e desenvolvimento encontram-se interligados.
A diferença entre o ensino anterior e posterior à escola concentra-se na sistematização e o desenvolvimento passa a se desenrolar em dois níveis: o real e o potencial. O real é aquele em que a criança consegue resolver por si mesma os problemas que lhe são propostos, enquanto que o potencial só consegue alcançar uma resposta com a ajuda de um mediador.
Entre esses dois patamares, haveria uma Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) que indicaria até onde a criança pode chegar na sua etapa atual de crescimento.
A relação entre os dois processos toma forma na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que é a distância entre o “desenvolvimento efetivo” do indivíduo e seu “desenvolvimento potencial.”

A diferença entre o nível das tarefas que podem ser desempenhadas com o auxílio de adultos e o nível das tarefas que podem ser resolvidas com a atividade independente é que define a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) da criança. (VYGOTSKY, 1984, p. 75).

A Zona de Desenvolvimento Proximal, hoje, será o nível de desenvolvimento amanhã, ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã (VYGOTSKY, 1984).
Na versão mais difundida na obra de Vygotsky, Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é referida como:

[ . . . ] a distância entre o nível real de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro mais capaz. (VYGOTSKY, 1988, apud BAQUERO, 2001, p. 97)
De acordo com Vygotsky, a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) corresponde às funções que estão em maturação no indivíduo.

A Zona de Desenvolvimento Real (ZDR) no qual a criança faz suas atividades com independência, retrata o amadurecimento consolidado, enquanto as tarefas realizadas com a ajuda dos outros apontam para o desenvolvimento mental que pode ser adquirido. (VYGOTSKY, 1984, p. 109)

A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) revelaria a dinâmica do processo de desenvolvimento, prevendo o resultado a ser obtido quando o conhecimento for assimilado. Ela revela o desenvolvimento real futuro, aquilo que uma criança será capaz de fazer sozinha, depois de internalizar o aprendizado.
Ao observar a Zona de Desenvolvimento Proximal, o educador poderá orientar o aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. O ambiente pode influenciar a internalização das atividades cognitivas na criança, de modo que, o aprendizado gere o desenvolvimento.
A teoria de Vygotsky sobre a aprendizagem enfatiza que a inteligência humana provém de nossa sociedade ou cultura, e que ocorre em primeiro lugar através da interação com o ambiente social. Outro aspecto dessa mesma teoria é de que o potencial para o desenvolvimento cognitivo está limitado a uma zona determinada a qual identificou como Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) (BAQUERO, 2001).
Para que uma Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) seja criada, deve existir uma atividade conjunta que cria um contexto para a interação entre aprendizes e professores. O trabalho de grupo poderá permitir o confronto e a integração de diferentes pontos de vista, que não só facilitam a coordenação progressiva dos esquemas cognitivos que as crianças envolvidas possuem, mas também ativam a reestruturação dos mesmos.
A criança desenvolve-se e aprende naturalmente desde que interaja em contextos minimamente estimulantes. Poderá, no entanto, desenvolver-se, aprender mais e melhor se for ajudada pelo professor/mediador a analisar e refletir sobre o que fez.
Para Vygotsky (1984), a interação social é importante porque o professor pode identificar a ZDP de uma criança e oferecer ajuda. Com isso, ir diminuindo o apoio até que a criança possa realizar a tarefa sem ajuda.
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) pode compor-se de diferentes níveis de experiência individual (alunos e professores), e podem também incluir artefatos tais como livros, programas para computadores e materiais de caráter científico, etc. A finalidade principal da ZDP é a de suportar a aprendizagem intencional. A aproximação sócio-cultural de Vygotsky à aprendizagem e muito em particular o conceito de ZDP podem, com sucesso, ser utilizadas no estudo da aprendizagem colaborativa assistida por computador.
Sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizado, Vygotsky afirma que:

[ . . . ] o aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis acontecer. (VYGOTSKY, 1984, p. 101)

Assim, entendendo o educador assume o papel de mediador, oferecendo suporte para o aprendiz na Zona de Desenvolvimento Proximal.
Pode-se concluir que o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do aprendizado. O importante é conhecer como os processos de desenvolvimento podem ser estimulados pelo ensino.
Com base na obra de Vygotsky pode-se afirmar que se trata de uma interação dinâmica e complexa entre os dois processos entendendo que o desenvolvimento mental deve ser observado sob o aspecto global e pesquisas devem acontecer visando uma análise das práticas educativas que favorecem a Zona de Desenvolvimento Proximal. Baquero adverte que a idéia central completa-se com outras cláusulas que indicam:

1. O que hoje se realiza com a assistência, ou com auxilia de uma pessoa mais especializada, no futuro se realizará com autonomia, sem necessidade de dita assistência.
2. Esta autonomia no desempenho se obtém, um tanto paradoxalmente, como produto da assistência ou auxílio, o que forma uma relação dinâmica entre aprendizagem e desenvolvimento.
3. O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal remete aos processos de constituição dos Processos psicológicos Superiores.
4. O auxílio ou assistência dada pelo sujeito com maior domínio deve reunir uma série de características, nem toda situação de interação entre pessoas de competência desigual geram desenvolvimento. ‘A boa aprendizagem é aquela que precede ao desenvolvimento e permite sua reprodução.’ E segundo o autor a boa aprendizagem deveria operar sobre os níveis superiores da Zona de Desenvolvimento Proximal, quer dizer sobre aquelas conquistas de desenvolvimento ainda em aquisição e somente conseguidas em colaboração com o outro. (BAQUERO, 2001, p. 97-98)

Nas palavras de Baquero, interpretando Vygotsky:

Estes exemplos ilustram uma lei evolutiva geral para as funções mentais superiores que pode ser aplicada, em sua totalidade, aos processos de aprendizagem nas crianças. Postulamos que o que cria a ZDP é um traço essencial da aprendizagem, quer dizer a aprendizagem desperta uma série de processos evolutivos internos, capazes de operar apenas quando a criança está em interação com as pessoas de seu meio e em cooperação com algum semelhante. Uma vez que esses processos tenham se internalizado, torna-se parte das conquistas evolutivas independentes da criança. (BAQUERO, 2001, p. 98)

O cérebro é a base biológica do funcionamento psicológico. O homem enquanto espécie biológica possui uma existência material que define limites e possibilidades para o seu desenvolvimento, não é um sistema de funções fixas, mas um sistema aberto, de grande plasticidade cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história, da espécie e do desenvolvimento individual.
De acordo com Oliveira, M.K. (1997, p. 24): “A plasticidade e a grande flexibilidade é essencial, mas supõe a presença de uma estrutura básica estabelecida ao longo da evolução da espécie, que cada um traz consigo ao nascer.”
O homem transforma-se de biológico em sócio histórico, num processo em que a cultura é parte fundamental. O desenvolvimento psicológico não é um processo abstrato, e o funcionamento psicológico no que se refere aos Processos Psicológicas Superiores está baseado fortemente nos modos culturalmente construídos de ordenar o real. Se originam na vida social, ou seja, na participação do sujeito em atividades compartilhadas com outros (OLIVEIRA, M.K., 1997).
Para Rivière, as idéias centrais da Teoria Sócio Histórica de Vygotsky estão contidas nas afirmativas a seguir:

· A unidade de análise da Psicologia das funções mentais superiores é a atividade instrumental;
· As funções superiores implicam a combinação de ferramentas e signos na atividade psicológica.
· A transformação do instrumento em significativo é mediada e permitida pela relação com os demais.
· Os signos são, em sua origem, mediações para regular a conduta dos outros.
· O vetor fundamental de desenvolvimento das funções superiores implica a internalização dos processos de interação social.
· A origem destas funções não está no espírito, nem nas conexões cerebrais, mas na história social.
· O desenvolvimento não consiste essencialmente na progressiva socialização de um indivíduo, mas na individualização. (RIVIÈRE, 1988, p. 44)

Segundo Ratner (1995), as funções psicológicas superiores (FPS) estimulam o desenvolvimento neuronal em direções particulares e criam suas próprias mediações biológicas e não dependem de mecanismos biológicos especializados que as pré determinem, o que coincide com a postura de (Vygotsky 1984), quando afirma que a interação social é origem e motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual. Todas as funções no desenvolvimento do ser humano aparecem primeiro no nível social (interpessoal) depois, no nível individual (intrapessoal).
Vygotsky identifica três estágios de desenvolvimento na criança:

· Nível de desenvolvimento real – NDR - determinado pela capacidade do indivíduo solucionar independentemente as atividades que lhe são propostas.
· Nível de desenvolvimento potencial -NDP - determinado através da solução de atividades realizadas sob a orientação ou cooperação de uma outra pessoa mais capaz.
· Zona de desenvolvimento proximal - ZDP - considerada como um nível intermediário entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial (VYGOTSKY, 1989, p. 35)

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Grupos e Datas dos Seminários

Grupos para apresentação dos seminários – Aprendizagem e desenvolvimento do PNEE – turma E

Dia 31/10/07
Grupo 1: Aprendizagem e Desenvolvimento da pessoa cega
Marília
Thaís
Maria Zenaide
Lara
Luísa Mattos
Maria Clara
Dia 05/11/07
Grupo 2: Aprendizagem e Desenvolvimento da pessoa surda
Ingrid
Djanira
Daniele
Ana Clara
Francieli
Dia 07/11/07
Grupo 3: Aprendizagem e Desenvolvimento da pessoa com deficiência física
Lauane
Larissa Monteiro
Karoline
Thalita
Dia 12/11/07
Grupo 4: Aprendizagem e desenvolvimento da pessoa com deficiência mental
Márcia Cristina
Kellen
Daniele Pereira
Ana Rita
Belanízia
Dia 14/11/07
Grupo 5: Aprendizagem e Desenvolvimento da pessoa superdotada/ portadora de altas habilidades

Izabel
Ana Martins
Leandro
Karine
Amanda
Dia 19/11/07
Grupo 6: Aprendizagem e Desenvolvimento da pessoa portadora de autismo
Juliana
Luciana
Larissa
Juliana
Daniele Melo
Dia 21/11/07
Grupo 7: Atendimento à criança hospitalizada
Yasmine
Manoj
Lívia
Alexandre
Gabriela

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Bem Vindos!

Olá para todos!
Sejam bem vindos ao blog da disciplina "Aprendizagem e Desenvolvimento do PNEE" turma E!
Este blog foi criado com o intuito de divulgar e trocar informações a respeito desta disciplina. Este blog é de todos e qualquer sugestão ou crítica construtiva será bem recebida.
Aproveitem galera!